quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Terminações em "igo"



    “O amigo do meu amigo é meu amigo” - O Iludido
     “O inimigo do meu amigo é meu amigo” - O Traidor
     “O amigo do meu inimigo é meu amigo” - O Masoquista
     “O inimigo do meu inimigo é meu amigo” - O Estrategista
     “O amigo do meu amigo é meu inimigo” - O Ciumento
     “O inimigo do meu amigo é meu inimigo” - O Leal
     “O amigo do meu inimigo é meu inimigo” - O Realista
     “O inimigo do meu inimigo é meu inimigo” - O Serial Killer

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Slowly


     Em uma sala especial, o espaço se define na ausência das cores. Na ausência da pressa: nas luzes, nas curvas, e nos sons. Os fótons parecem penetrar em sua pele, parece que eles só não conseguem sair. Bolhas em sentidos cintilantes, enchem os olhos de quem vê. E ele não consegue definir sua identidade, ele está no meio do muro. Aquilo que sabe, é aquilo que vê. Não havia espelhos, nem nenhuma superfície plana para refletir aquilo que estava sendo observado.
      Branco e amarelo, iluminado apenas só por quem pode iluminar. Tudo absorvia, vinha devagar. A temperatura não se definia, era tudo confortável, surdo. A fome saciada, a ânsia ressarcida. E parece ganhar mais cor a cada tempo gasto. Ele achava que estava errado, só por não saber seu nome, não saber o idioma a usar naquele momento. Só por não ter se encontrado ainda.
      Existem lapsos que são tão fortes quanto a amnésia, cujo a diferença, é que não se perde tudo, mas só o que lhe é importante. E não precisava de música, não precisava de nada. Tudo era completamente drenado pelo ambiente. As vezes eu descanso nele, apago. Mas isso você também já sabia.
      O difícil de defini-lo está em sua proporção. Tornando possível caber tanto em uma lágrima ocular, quanto em um mar de suicídio. Um pulo, e pronto, está dentro. Você já sabia destes fatos, antes de me conhecer. Só não havia notado os detalhes, pois é o que acontece com todo mundo, várias vezes. Entrar na barca furada sem perceber o tamanho do impacto que é esse olhar, que nos conecta.
      Nos define, e nos interagem. Você não sabe disto, mas nossos corpos já se conhecem e se cumprimentam muito antes de trocarmos um simples “oi”. Existe essa análise, que é feita depois de várias tentativas. Vários campos de pesquisa, em que testar, e diminuir a velocidade dos acontecimentos nos fazem perceber tais maravilhas!
      Tudo isto está escondido no olhar, de quem em fim consegue, deslumbrar-se com a semente do amor germinando entre duas pessoas. Na letargia perfeita de se perceber o impacto, e o possível estrago que tal magnitude de nascimento pode nos trazer.