sábado, 17 de setembro de 2011

Imaginarium


     Ao todo somos quatro: eu, eu, você e você. - Aquele que você quer conhecer, aquele que você não irá conhecer, aquele que eu quero conhecer, e aquele que eu não vou conhecer. – No físico cada um comporta dois, mas você não sabe disso, ainda. Eu posso te explicar se quiser, mas não creio que será interessante. Pois de onde eu venho a dualidade deve ser desconsiderada ou multiplicada, o que faz com que as coisas fiquem complicadas.
     A verdade mesmo é que eu não quero conhecê-lo, este par de almas onde revezam seus dois “eus” já me permitem saber quem és. Existe um que conversa comigo, outro que manipula o que o antecessor está a dizer. E claro, como sou da mesma espécie que a sua, também faço isso. Todavia o importante é que eu não me importo, no final de todo esse tempo em que temos um para o outro, vou saber exatamente quem é e quanto atua no momento.
     Expectativa é ficar no aguardo de alguém que apenas tenha um dentro dele, e que possa não me ver em dois. Já até consigo imaginar quem é. Não é você, claro. Mas pode se tornar. Um em que a falta dos pares de almas em que chamam de olhos não funcione mais. Desafiador? Talvez. Mas para me enxergar, de verdade, não podes me ver. Apenas, no entanto, me sentir.

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