Havia uma garota de cabelos longos e negros que estava saindo da academia, ela vestia roupas coladas de ginástica e andava ofegava para sair dali. Ela com a garrafa de água nas mãos se deparou com seu cadarço frouxo e agachou para amarrá-lo. Assim ela fez parar bruscamente um garoto dez anos mais novo do que ela, no corredor para a saída, fazendo-o derramar a garrafa de água dela no chão. Nesse tempo Vitória estava na loja ao lado escolhendo uma caixa de bom-bons para o aniversário de sua mãe.
O garoto pedindo desculpa a garota vê o quanto ela é bela, e resolve ajudá-la para dali se levantar. Nesse momento há um taxista que atrasado por sair de casa trinta minutos mais tarde, resolve estacionar o carro na frente a academia para tomar um café no bar ao lado da loja de bom-bons onde Vitória estava na fila do caixa para pagar sua compra.
Ele entra no bar e vendo a cena encaixada das pessoas na fila do caixa da loja de bom-bons resolve dar passos largos para assim poder se deliciar, após o seu café, de um bom-bom de nozes que sempre fora seu gosto predileto. Distraído ele deixa o dinheiro que usaria para tal recurso cair no chão. E eu agora estou passando a chave no portão de casa para ir a loja de bom-bons comprar meu pó cappuccino matinal de chocolate preparado na hora pela vendedora da loja, na sua maquina express.
Nesse momento Victoria entediada pode observar a moça do estabelecimento arrumar seu embrulho para o presente. A garota de cabelos negros esta agora conversando com o garoto jovem e ambos resolvem ir ao bar comprar uma lata de refrigerante para se refrescarem, já que a água da garota fora derramado pelo garoto. Nesse momento estou saindo de casa pós ter fechado meu portão, e sinto uma pressa enorme para poder tomar meu cappuccino, sentindo estar atrasado para algo.
Victoria vê os jovens felizes saindo da academia e entrando no bar, pensando neles serem namorados, vê o quanto sua vida estava pacata e sem grassa naquele momento. E o quanto seria bom ter alguém para ser com mais ela, dois. Numa tarde quente entrando em um bar para tomar um refresco e falar abertamente sobre qualquer coisa de namorados. Nessa distração Victoria não vê o taxista entrando na loja, pós ter tomado seu café no bar. Ele pega seus bom-bons rapidamente e tenta paga-los no caixa que agora já estava sem fila.
E eu posso ver o cenário do outro lado da avenida, olhando para os dois lados me preparando para cruzá-la. Quando Victória já com seu presente tenta sair da loja, só que depara com um taxista sem dinheiro e o vendo revirando os bolsos na porta da loja. Ela não consegue sair, e paciente aguarda-o revirar todos os bolsos de taxistas para assim ele poder desconfiar que não conseguiria pagar seus bom-bons e que ele certamente voltaria para o carro para pegar mais dinheiro.
Nesse instante os jovens saem do bar com suas latinhas de refrigerantes e me fazem frear após eu ter corrido para atravessar a avenida. Eu mais impaciente, os fito com olhos de quem acabou de acordar e não tomou seu cappuccino ainda. Nesse instante o taxista está alinhado aos dois jovens que na freada começam a acelerar para saírem da minha frente, e respectivamente da porta da loja de bom-bons. O taxista desiste e também sai da porta, abrindo caminho para Victoria sair do estabelecimento.
Nesse instante os jovens se movem para a minha direita, e o taxista para a minha esquerda. Saem dos céus feixes de sol, após ter vencido a barreira de nuvens, iluminando o caminho que se abria entre eu e Victória. Nós olhando para baixo, vemos o sol tocar nossos pés, ambos de chinelos de fivela. Subindo os olhos em câmera lenta, os dois, eu e Victória, podemos desfocar nossa visão: Eu dos jovens, e ela do taxista.
É o ápice da lentidão, e nós podemos nos olhar. Ela em mim, eu em ela. Senti oposto em distancia perfeita, nós trocamos todas as informações possíveis na linguagem visual. E sentimos algo que certamente, só sentiríamos naquela vez. E nesse momento eu pude sentir tudo o que nos ocorrera do antes até aquele segundo.
É o ápice da lentidão, e nós podemos nos olhar. Ela em mim, eu em ela. Senti oposto em distancia perfeita, nós trocamos todas as informações possíveis na linguagem visual. E sentimos algo que certamente, só sentiríamos naquela vez. E nesse momento eu pude sentir tudo o que nos ocorrera do antes até aquele segundo.
Se os jovens não se conhecessem através do tombo, e eles não tivessem feito Victoria ver que ela estava sozinha, e solitária. E se o taxista não tivesse saído de atrasado de casa, e não tivesse ido ao bar tomar o café. Logo perdendo o dinheiro, para fazer Victoria esperar na porta da loja. E se os jovens não tivessem me feito parar naquele momento entre eu e Victória, e se eles junto ao taxista não tivesse acelerado em tempos iguais, para assim abrir minha visão para Victoria ao mesmo tempo que ela para mim. Eu não estaria vendo-a, e eu não estaria agora tendo certeza que ela também estava igual a mim. Ambos apaixonados.