terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ebulir


     Involuntariamente aperto minha barriga, agora nua pós o banho noturno, depois de tanto ver esses olhos. Tais podem corromper, mas não sei porquê, eu não entendo. Como duas bolinhas de gude podem ser tão persuasivas. Se é de perceber o quanto vou longe por isso. Ficar perto de pessoas com a mesma temperatura, nunca foi muito convincente. Mas é bom, sempre foi bom. Quentinho... Nada comparado do calor que todo seu corpo faz ao estar distraidamente perto do meu. É assim; no banho-maria de um pro outro, agente sempre acha que nunca vai ferver. Ai que agente percebe, que nem sempre somos das mesmas substancias. E fervemos!

domingo, 22 de agosto de 2010

Fartura


     Te procuraria todos os dias. Todos os dias seriam iguais. Não por eu não estar variando. Procuro em todos os lugares: debaixo das gavetas, entre os sapatos, reviro as cobertas. E eu faria tudo de novo, se eu me perco. Sei que logo me encontro. Não há como fugir de você mesmo. Mesmo regado de confusões, dívidas, drogas e depressões. Somos sempre o que inspecionamos todos os dias a ser. Quando não é o meio, é o sangue que nos determina. Não há como fugir. E não há como fugir de ti, nas cruzadas das linhas, permaneço todas às vezes no seu parágrafo.
     E eu te escolho todas às vezes. Todas as chances que eu tenho para gastar, eu invisto em você. Às cegas, sempre, com retorno: ligeiro ou não. Estarei sempre com meu indicador apontado para você. Porque é você quem eu quero. E isso é inevitável! E eu consigo esquecer tudo o que tens de ruim. Todos os defeitos que os demais encontram, eu apago da memória. E o instrumento que uso é o mais simples, e o que mais funciona. Teus beijos são querosene para as minhas aflições. Todas as sujeiras de tinta que jogam em mim, durante os dias, eu apago com o seu líquido, que vem e me inflama!
     E logo depois do branco, queima-me no vermelho. Fogo de um desejo subconsciente em qual só os que amam conhecem. Chama invisível, faísca dos olhos. E eu quero subir em você quando eu acender isso. Bagunçar teus cabelos, deixá-los na forma em que eu quiser deixar! Fazer de sua vergonha e vaidade, uma preocupação maior para os momentos pós cólera. Tudo o que eu quero, é o caos. Essa é a minha essência, e sempre vai ser. Ver o circo pegando fogo. Com todo esse fogo em que me põem. Todo esse falso jeito, em que só os amantes verdadeiros possuem, para dobrar a vontade do amado. Condescendêcia. Cada vez mais, de um toque estéreo, em que na singularidade de cada um de ser. Ser alma gêmea para sempre satisfazer. Ser um banquete, servido de fartura. Completo: de completar e de completado. Como se não houvesse tampa, encher sem nunca transbordar, todo esse recipiente que o seu corpo permite ser.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Elementar, meu bem.


Vem. Como do início de um vento, sentir o fim da brisa.
Como da magnitude do mar, sentir da água, só o sal.
No deitar de um tédio, trançar os dedos nessa terra.
Do explodir de uma idéia, ganhar todo o fogo do Sol.

Ao seu toque, sou assim. E tudo mais?

Delongas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hora de viver mais um ano...


     Era para ser mais um aniversário, uma comemoração de todo o resumo que eu fui e fora a ser. Reunir aqueles que sobreviveram ao meu jeito, àqueles que me agüentaram, e comemorar. Mas assim não veio, e como vá saber quem escreve esse maldito destino, rasuraram no meu dia do calendário. Tira teima. Era um teste, ou mais que isso. Fazer com que todas as expressões que meu rosto pudera agüentar, e socá-los dentre minha face. Eu deveria ter que conversar e agüentar, e suportar todos os optativos. Eu não estava feliz como imaginaria estar. Mas estava ali. E isso já era o suficiente. As pressões me vieram de diretrizes completamente diferentes daquelas de costume. Como se virasse a gravidade do planeta, ter que encher o copo de lado, e suportar tamanha loucura. Tudo sucedeu como o planejado, menos o fim.
     Quando eu fui ‘recolhido’ pelo meu ente na escola, repousado em minha poltrona do carro de acompanhante, me propus a chorar e a disparar em desespero.
     Eu nunca fui tão feliz, em poder chorar como hoje.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

À frente, Assim, Afronta


Veja-me. Como uma miragem dentre o deserto vão.
 Toque-me. Como se fosse pluma, felpo de algodão.
Tenha-me. Objeto raro, poder de aquisição.
Deslize-se em mim. Como se o atrito fosse só uma ilusão.

Sopra-me em vento, dança em movimento.
Todos são de erros, tolos assim são feitos.
Conclusão apressada, de quem de serenata.
Faça-se pra te acordar, beleza que aqui esta.

À frente de mim.
Presente, assim.

Afrontais!

Coma-me. Como da cesta eu fosse o ultimo pão.
Beba-me. Recipiente escuro, tendo certeza ou não.
Sinta-me. De cada músculo meu, a contração.
Deite-se em mim. Como de cansaço, poder a visita, pedir um colchão.

Levanta-me a hipótese, perdida nesta posse.
Formando-me um elo, tornando-se um credo.
Tonteia esse modo, rodeia-me como um copo.
Pra disso de eu poder beber, dentro de ti poder viver.

Presente, assim.
À frente de mim.

Afrontais!
E amar...