terça-feira, 21 de junho de 2011
Reverso
Se sentir sem tradução é como ouvir algo belo só pelos tons. Eu ando só pelos tons, sem entender o que realmente as pessoas dizem. Eu estarei surdo pelos próximos dias, e espero que não se incomode. Rapunzel no topo da torre, não sabe como foi parar lá; Só sabe que o sol da tarde de inverno é presente. A vista é bela, e o mundo, intocável. Só a brisa quente que vem do mar que salva algo muito unânime de não sentir nada. Torre ou farol? Gaivotas tentam te ensinar o óbvio. Mas ensinar o cego a enxergar é doloroso de mais. Correr avante àquele que está com as pernas calejadas é cruel de mais.
O inverno era inverso para mim, vieram primeiro todos os sentimentos de estar. Daí logo depois do início, do primeiro dia, viria só as mudanças físicas. Só a temperatura iria cair, pois eu já estava congelado. Era assim, era certo. Se sentir em um estado no qual todos ainda chegariam nele. Fazia de mim um destaque oculto. Conhecedor desse mapa, do inferno. Onde todos ainda vagariam por muito tempo. Eu estava por cruzar o salão e inferir direto no certo. Pois eu estou acostumado a ser assim, saber antes de muita gente o que é realmente importante. E quando todos souberem já eu que não vou saber mais.
É natural para alguém saber enxergar só no escuro? Andar até o interruptor, acender a luz, e se deparar cego na visão de todos. É. Eu sei qual é o meu erro. Esperar que alguém me enxergasse, para quando isso for feito, eu mesmo perca o meu rumo. E me perca outra vez. Para depois ter que encontrar esse interruptor com a pupila dilatada, ardendo, e apagar outra vez para poder enxergar. E de você me perder, novamente.
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