quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Sobre o que é certo
A dor não é um demasiado problema. Se eu fosse
descrevê-la, diria ser como uma grossa agulha de tricotar quente fincado
insistentemente no peito. E como em um continuo movimento frontal, ela não mais
perfura em quanto não se acaba a carne. Entretanto, não dá trégua para descanso.
O calor de sua ponta faz sangrar a tristeza de quem foi deixado sozinho, falando
de dentro de uma caverna vazia. Após todo o procedimento de masoquismo, o
sangue esfria, o buraco mantém aberto enrijecido feito cromo, até a passagem de
alguns meses. Ai pronto, a carne se fecha, e antes que possamos deixar a
cicatriz desaparecer, nós esquecemos tudo que foi passado, e voltamos a
perfurarmos novamente. Dissimulados ao nos deparar, outra vez, frente a frente de
uma paixão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Poste aqui, deixe seu comentário!