“Era apenas dias que iam fazer a rotina uma bagunça só, movimentação, conversas, tédios agrupados e tudo que se pode encontrar em uma sala convencional de aula. Alias quem nunca passou por essa sensação? Quanto mais se está no ‘Alto Ensino’ e louco para na verdade estar no ‘Alto de uma Liberdade’ ou de uma carreira mesmo. Ganhando dinheiro, comprando o que se pensar, pensar o que se comprar.
E é assim todos aqueles sentenciados viviam: pedindo para se chegar ao recreio, e quando já era pós o mesmo, se implorava para que terminasse aquela tortura. Essa era a realidade de todos os dias, fazendo frio ou fazendo calor, todos apenas queriam pular aquela parte da manha para que se chegasse a outra, do outro dia.
Mais como todo martírio, tudo que ali pousasse viraria novidade. Para uns, seria como um brinquedo novo e seus odores excitantes. Mas para outros seriam como carne podre recém chegada ao covil. E era assim que as coisas funcionavam: novatos, provas surpresas, um trabalho de maior porte, uma excursão. Tudo era como ventos em diversas direções que cada um aproveitava de seu modo a aproveitar.
O que destacava essa turma das outras de adolescentes, era que eles, nessa estratégia deixavam o destino comandar suas vidas e suas manhãs como se fossem fantoches grudados a cata-ventos em plena beirada do mar. E foi assim que essa historia aconteceu.
Dois, como dois só seriam, eram de ser normais pois não tinham o que se aleijar. Mas eram dois, como dois só poderiam ser. Sincronizados, alinhados, entre olhados como só eles poderiam ser. Dois que tinham tudo para ser um do outro, e serem um só: sexo oposto, brilho nos olhos, cheiros, vaidade, musica como tema. Tudo; tudo que se podia imaginar era imaginável e feito, cumprido como eles mesmos escreveram suas historias.
E a sala? O que tem a sala... bom a sala fez seu dever também. Espalhou mentiras, armou escândalos, fez vergonhas armadas para os dois. Tudo o que uma sala de bom modo seria para ser. Alias eles eram dois, e dois o suficiente para que todos os transformassem em um!
A diferença? Era que o dois deles era divino! Era a vontade, a fusão, a explosão, a ser eles em um. Segredos compartilhados de um modo que um fosse o outro, segredos e conversas que trariam sensações já previstas, tarô, déjà vu. Era capaz de sentir o que o outro sentia, como um boneco de vudu. E a o dois da sala era como uma fenda, era a faca no bolo, era a faca no corpo. O poder de se nunca encontrar, de estar em cada planeta estando no mesmo, estando um do lado do outro, à pouco metros. Como se não fosse metros mais galáxias, pois o sofrer era o lucro e o amor o prejuízo.
Não que fosse culpa de ninguém, mais também não fosse perdão de alguém. O que existia era uma multidão em uma ponte onde se só passava dois, mais também eles não os culpavam, só tinham visão para ocupar seus únicos olhos, seus dois olhos. Um para um, e o outro para a loucura do outro mesmo, os desejos encarnados e sujos como se estivessem atrás da lente. A lente era o amor, a sujeira que urtiga era o desejo. Como se fosse uma coceira gostosa que não da vontade de parar de coçar, um vicio.
Não que fosse parar, pois eu tenho medo de terminar historias de amores. Pois quem sabe o que eles sabiam, e o que eles prevêem. Eu só posso velos de longe, e bem melhor do que todo aquela massa que temos presentes em sala. Só posso velos como um velho na rua admirado por ver que o amor durou depois de tanto tempo, e que ele não foi o único a amar, e que ainda tinha jeito para melhorar o mundo. Um mundo de amor um mundo onde quem acredita sabe onde esta, e esta onde acredita saber, o que na verdade não sabe nada. Pois quem sabe mesmo é o amor, e só ele pode te dizer onde você está!"
uôôu! "nessa estratégia deixavam o destino comandar suas vidas e suas manhãs como se fossem fantoches grudados a cata-ventos em plena beirada do mar." parabéns , de verdade.
ResponderExcluirnhaa, vlw vei! eu mo concentrei e distrai pra essa crônica... ouvir musica durante a escrita faz isso... ahsahs bjux!
ResponderExcluirOum, por que será que me identifiquei muito com esse texto?! hahaha
ResponderExcluirMuito foda, estou lisonjeada!