Fazer de todo esse poder, o da manipulação do tempo, algo desconhecido para você. Viver com você, como se eu fosse um mero mortal. E ouvir você dizer que o tempo em que não tens para mim, é fato da sua dispersão. Tola quando não vê que o que não tens, eu posso conseguir no ato do estalar dos dedos. Tornar os dedos, frisantes ao espaço em que eu vou poder consertar tudo aquilo em que não estiver bom. E torná-lo aceitável.
Daí nasce na concepção desse espaço uma linha, que nos divide. Como páginas, de um livro: eu o prólogo, e você o epílogo. Afim de torcer o livro em várias posições, ambas páginas nunca vão se encontrar. E ambas idéias nunca vão comunicar-se. E manteremos nossa mesma visão do mundo, eu controlando o tempo. E você o espaço. Teremos do nosso dom, uma perca, que poderá nos trazer o caos. E nos fazer de sã, loucos iminentes!
Como trocar de hábito? Como trazer o tempo na raiz próxima de poder recomeçar? Como achar tua mão leve em toque para assim dela, a partir dela, traçar uma nova história para corrigir os erros?
Sim, não me culpes. Eu tentei voltar o máximo que pude para te encontrar em tal vínculo. Porem não tivemos brecha, um segundo se quer para os nosso sentimentos. Depois de todos os tempos vividos, percebi que todos eles não me faziam encontrar qualquer pista que me levasse a uma rota para você. Todas as tentativas apenas eram distâncias variadas entre o meu e teu mundo.
O mais próximo que tive, eu investi. Tentei perfurar, obstruir. Porem nem se quer arranhei a superfície. Eu apena a tinha em vista, e ela era de cor transparente. Perfeita em plano, e em dimensão. Parecia um espelho, aonde só cabia a altura e a largura de nossos corpos. O seu e o meu. Aonde e só aonde eu poderia te ver, no mais próximo ponto de toque. Sem toque...
Mas chamar de espelho era elogio. Um espelho seria muito mais egoísta, seria muito mais cômodo. Me traria a sensação na qual tenho todos os dias ao acordar. Um espelho não me faria apaixonar pela imagem, sabendo que seu objeto já é conhecido pelo tal tempo de vida. Mas era pior, bem pior. Era um vidro, como ele mesmo poderia ser. Feito de areia para desabar e mover todo o meu sonho para traz, e voltar no tempo.
Era a faísca da nossa explosão. Era em tudo sobre tudo, a única oportunidade de nos vermos. Durante toda a nossa caminhada era, vivida, era a única parte em que nossos olhos se cruzaram realmente. E isso me faria infeliz o resto de minha vida. Eu estaria agora diante de várias distancias de você. Sempre sabendo que nunca estaria ao toque teu. E que sempre que eu quisesse eu poderia voltar apenas aquela medida mínima, entre eu e você. Voltando no tempo, para ali estar tudo de novo. Como se aquilo fosse a porta que nos separássemos. Como se voltar para aquilo, trouxesse todo o meu sofrimento. Só de voltar no tempo para você, sem você, sempre... Aquilo seria agora a camada das nossas relações... Aquilo seria a primeira impressão. E ela ficaria, para sempre!
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