domingo, 12 de setembro de 2010

Presente


     De gás me tornei liquido. É o meu condensador. Quando não sei mais o que sinto, e fico buscando nomes para descrever, o que está aos pulos dentro de mim. Sei que tudo isso é devido reações à falta de seus beijos. Pois agora sim, estou dentro desse ciclo social que é o amor. Ele, para se participar, tem como meio regras árduas e até masoquistas que nos levam a loucura. Mas sem causar dano algum.
     Quando volto a pensar agora que sou de liquido, conjelo-me, e viro a pedra. Que espera pacientemente em seu lugar. Eu gosto de estar assim, parado. Quando se sente essa dor, que nos cortam aos ralos e ralados de um coração. Onde só a presença do outro vai curar, anestesia em um frio gostoso trêmulo essa dor de pele, que só os amantes sentem na carne.
     Penso outra vez, e sou espírito. Vagando por todo esse vale, elogiando todos os parados, que só sentem o amor. Todos sentindo. Véu de azul, ar de gotas. Vem umedecer a minha tarde. Vazia e sem graça, com toda essa perícia que desperta meu charme. Charme que eu só tenho por você. Como um presente guardado, não tendo como mudá-lo para satisfazer demais. Assim é você pra mim, guardado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poste aqui, deixe seu comentário!