Havia duas pernas, as dobradiças circulares eu nunca havia reparado. Pois sempre vinham tampadas, na propaganda do produto. Já as dos dois canos alinhados, eu já havia notado. Neles poderia ver os detalhes que me tornara fácil alvo da compra. Não eram cromados, nem de plásticos. E da loja, não se venderia ferro batido. Também não fazia meu estilo, não ia ficar bom no sofá lá de casa. Mas era sinuoso, bem trabalhado. E apesar de vir de fábrica eu poderia jurar que era artesanal. Todas as marcas, todos os cortes e falhos nulos no contexto da pintura. Era alto, e eu imaginava ser mais alto do que eu. Seria melhor assim. O que havia de novo, dos demais, eram suas cavidades distintas aonde vinha detalhes com duas pedras Ônix. Aquilo parecia ser indígena. E se fosse não me assustaria, faria logo o cheque pré-datado. Porem de todas as qualidades - que me atraiam para todo o gasto do meu salário e algum devedor a mais no crediário – havia um porem. Saber que nem com todo o dinheiro do mundo eu poderia comprá-lo. Não era assim. E não era essa, a moeda que compraria esse produto.
Depois de ler entendi como o titulo se encaixa muito bem ao texto, aos sentimentos reais. Vejo aqui aquela sensação de querer pagar o impagavel, comprar o que não está a venda, sensação de querer poder o impossivel. Depois desse texto acho que vc como sempre, entende o que quero dizer, assim como eu sempre tento entender e encontrar nos seus textos o embasamento na sua vida. E é isso que mais me atrai pra ler tudo que vc escreve! Beijo, perspicaz! haha
ResponderExcluirsahsah - ok sra. perspicácia, mas não deixa de escrever não, tô com saudades dos teus textos!
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