Quando eu penso, sem pensar e nela pouso meu olhar. Vejo uma vista pro céu recheadas de casas e prédios, alguns às nuvens a tocar. Daí eu fujo, fuga é a palavra certa para tudo que vem na minha mente depois. Sempre, sempre é assim que as janelas me vêem.
Quando o assunto é janelas, eu me vejo cavalgando em jaguares pretos, em um vasto campo de relvas secas aonde o por do sol as tornam douradas. Saltar deles em um penhasco, no fim de algum lugar da África, dando ponta para o mar. Mergulhar, sem as pernas tentando nadar. Apenas mergulhar.
Quando o assunto é refrescar, eu sinto que estou sendo carregado pela espada de peixes-espada. Com a ponta do seu bico nas costas da minha blusa, indo fundo e mais fundo para algum lugar. Um lugar distante, já perto, no Caribe. Daí eu meu sinto pular da superfície e virar.
Quando o assunto é voar, eu me vejo nas celas de búfalos brancos com tiras azuis e pelos macios e escovados, que conseguem fazer loops nos ares facilmente, nos picos das montanhas da China. E que dobram as nuvens escrevendo vários nomes, nomes que me fazem feliz. Felicidade que me trás sono.
Quando o assunto é sonhos, eu me vejo na espinha dos gelos Antárticos, aonde os cientistas não chegaram. No véu cristalino da luz da Lua. Dormindo com uma alcatéia, aonde me vejo no centro de uma roda de rocas de pelos albinos, de mais de uns cinqüenta lobos. Usando-os de cobertor, e nada mais no meu corpo. Todos de olhos mistos. Uns: azuis e verdes, outros cinzas e azuis. Mas sempre azuis.
Porque quando o assunto é azul, eu me vejo de novo perto das janelas, e quase saltando delas. Atrás de um assunto. Que me faça fugir, que me faça ser, aquilo que vejo através delas. Lá fora. Em algum lugar distante e o mais distante daqui.
Adorei a ideia de iniciar cada parágrafo com a estrutura semelhante: 'quando o assunto é refrescar, voar, sonhos '. Faz com que a gente não perca a linha de raciocínio. Vou comentar sempre nos teus textos
ResponderExcluirAbraços