quarta-feira, 12 de maio de 2010

Par de Asas


     Nesta cidade, aonde a neve é cinza feito cinza, eu me perdi. Não que eu não saiba o mapa, ou o sistema das ruas. É que o frio; o tempo; e o meu passado vão em uma vertente, que se demorar, congela-me.
     Nascido humano, renascido no que sou. Hoje depois do encontro com Ele e após ter apagado minha memória, vejo o quanto sou... Diferente. Aqui no Alasca, aonde não há porque ficar, nessa península que a um salto chego à Rússia. Fico por observar: resto de mar; sal em cubos transparentes; água cristalina. Hoje tenho a função de atender todos os habitantes do continente, e assim usufruir dos meus poderes para ajudá-los.
     Nas costas, onde não se vê marcas, posso sentir a pressão do vento cortado a esse impulso azul que surge quando resolvo voar. Eu atravessaria as faces do mundo diversas vezes se soubesse aonde pretendo chegar.
     Afinal, não precisa ser um anjo em meio ao apocalipse para saber do que estou falando. Um homem sem métrica do destino, ou dos objetivos, entenderia facilmente... A minha angústia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poste aqui, deixe seu comentário!