domingo, 5 de setembro de 2010

Lá no Lar


     Meu lar está na distração do pensamento, ele não é fixo nem permanente. Ele sempre está fora do chão. Quando fecho os olhos, consigo encontrar cada móvel em cada lugar. Tudo decorado com minha imaginação. Meu lar infelizmente não fica em casa, como os das demais pessoas. Pois ele não se habitua a se compartilhar com meus familiares. Meu lar chega e me vê cansado, no final do dia, ele foge de mim. E vem me receber na manhã de segunda-feira quando abro a porta para sair. Acho que minha cama nunca foi tão ciumenta, em ver que meu lar é muito mais amado do que onde eu possa dormir.
     Minha família não entende, de onde possa prover esse lugar. Eu só dês de criança descartei essa idéia, de manter meu lar nesta casa. E olha que eu ainda vivo onde dês de pequeno vivi. Não por opção ou falcatruas, na verdade minha vida nunca saiu daqui. Só fico triste por ter sido forçado a carregar esse lar por onde eu vou. Pois sei que cada lugar que o levo, ainda vai restar do que sou. Se deixá-lo em casa, meus pais o destroem. Sei que dentro de minha mente, esse lar vai se regenerar. A cada dia novo, em que saio de casa, deixo minhas tristezas e minhas brigas mal resolvidas pra lá. Aonde vejo parentes que sem diálogos guardam a dor do rancor. Vivo sem magoas, de fora, apesar de o que é de dentro me decompor.

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