quinta-feira, 4 de março de 2010

Hoje



     E eu não vou te encontrar.
     Hoje...

     Por estarmos mais uma vez, no inicio do ano. E o calor, que eu tanto “amo” já está indo, embora outra vez. E isso é feliz, feliz o pranto do jasmim, vibrando de frio no jardim. A vontade de dormir mais cedo, vai fazer eu não encontrar você.
     E você de longe desaparecer.

     E se sentir, a ser o que não é, é ofício. Da civilização, vejo o mundo, lá de cima. Cantando sem pressa, vejo uma grande remeça, correndo em uma direção. E esse vago cidadão, entra contra a multidão.
     E ele não vai me ver.

     Quem anda na tangente, corrente que vai contra o tempo. Eu disfarço entre as gentes. Só para não me sentir sozinho. Vou com quem não tem opiniões, e são muitos dos que não tem.
     E é por isso que eu não te vejo.

     Por que estou aonde não deveria estar, na tangente. E você sempre está no mesmo lugar, contra gente. A onde está certo de estar, no meio. Respeitando seu zelo e opinião, indo contra toda essa gente.
     E é você que está certo.

     Porque não arrisco em estar, sozinho. E contra todos lutar, nadando. Contra todo esse rio. Matando, tudo que as gentes colocaram, em mim.
     E eu assim, purificar.

     E do que adianta eu ver tudo de cima, se eu mesmo não mudo minha rota, e não chego na minha. Eu acabo no mesmo lugar de todos, quando eu deveria estar contra todos. Do lado do seu lugar, vivendo.
     E é por isso que eu não vou te encontrar.
     Hoje...

2 comentários:

  1. Que queria tanto, tanto te ver que até me esqueci do horário marcado
    e, meu bem, hoje eu fico em casa que é pra descançar os ouvidos desse falatório infernal
    já não aguento encontros de esquina, conversas de menina, viver de 'normal'
    Já me cansei de casualidades, mas não me acostumei a viver reservado

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  2. ashsha - faça seu final! ashash... vlw!

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