quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Aflar de Mel

     Tudo sempre parecia descer e subir para ela. Como se fosse uma enxaqueca fixa a cada vez que ela tentava entrar nas comportas do seu ser, Mel era assim, não entendia os fatos. E isso a tornava cada vez mais distante, como se ela não pudesse prever o que estaria para acontecer em qualquer situação, não era inconseqüência, era desleixo. Seu sensor vital estava quebrado. Mel tentava aflar as expressões para fora, como quem nunca tivesse apreendido a ser gesticulada. Ela parecia um animal, que se expressava pelos gruídos ao contrario de simplesmente mover os músculos, as sobrancelhas.
      Seus olhos refletiam o medo das pessoas, eles eram poderosos, e imóveis em relação ao que sentira, Mel tinha apenas o domínio da intensidade. E isso deixava seus interlocutores loucos. Ela não sabia, apesar de seus dotes, o que as pessoas pensavam dela. Ela sempre via os olhos em pares como se fossem estátuas, mal sabia o que eles tinham em objetivo com ela. Assim ela ia abandonando os pretendentes, os amigos, os convites, os empregos. Mel podia mudar de personalidade como o gelo podia transformar em água, e isso a deixava a par do que acontecia com ela.
      Ela sabia que isso a machucava, ter que fingir o que não é para varias pessoas. Mel estava mudando, e não eram só os hormônios, havia um coração a palpitar. Um coração que mudava de acordo com os olhos, de acordo com o clima. Haviam energias vindas vibradas do céu, e às vezes haviam projéteis disparados do mesmo céu contra seu rosto. Ela não podia evitar, ela era assim, um espelho de seda contra uma muralha de espinhos que era a realidade.
      Pois assim, não vou poder terminar essa historia. Não por falta de inspiração, ou até mesmo por preguiça ou querer dar impacto ao texto. Mas a historia não sei ao certo. Mel estava parada diante da janela, e eu posso sentir que ela está desistindo de entender as pessoas. Sinto que ela está debruçada sobre os sonhos, e que tudo a confunde, quando ela mesma deveria a ajudá-la. Mel não está ao certo morrendo, ela esta parecendo dormir. Sobre a brisa que curva a chuva para dentro do seu quarto, e a obriga a pensar: Será que ela nunca vai encontrar? Será que no seu casulo, apenas seu mel vai estar?
      Mel estava arrependida. Mel precisava arriscar... Amar.

3 comentários:

  1. Eu te odeio vei.
    Você sempre escreve coisas que eu penso, gosto, quero, odeio..
    Você tem que parar com essa sintonia.
    Acho que você é p culpado da minha inspiração ter sumido: você a roubou de mim.
    hahahahaha

    Droga, me identifico com a Mel.

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  2. ahshsah nossa, desculpinha intaum! ahshas... :-*

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  3. Mel devia parár de filosofar tanto, pensar tanto...porque ela vai morrer sem entender muita coisa e vai viver muito muito muito pouco. O sentido da vida não é entender é sentir... sentir a vida de todas as formas, inclusive através do VERDADEIRO SOFRIMENTO fruto de EXPERIÊNCIAS VIVIDAS e não apenas IMAGINADAS talvez seja o único sentido da vida. Quando você "vive" com medo de sentir ou não aguenta mais... você está MORTO.

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